Já houve um mundo em que se discutia que os DJs que tocavam com CD não eram DJs a sério, e em que o sync era uma palavra que não estava no dicionários dos DJs, nesse tempo era o vinil que imperava por completo e existiam bastantes opções entre Ortofon, Stanton e Shure como as principais. Possivelmente das primeiras agulhas que se diz pensada para aguentar o rigor de utilizadores como os Djs ou Clubs/ Bares foi a Shure com a sua gama M44-7.

O modelo apesar de ter algumas variantes manteve-se inalterado durante largas décadas (e implicava ser montado na Shell).
Talvez por isso ganhou uma legião de fãns e ainda hoje gozava de alguma popularidade na comunidade dos DJs de Scratch e Turtabelism, que apreciavam a forma como a suspensão depois de"quebrada" se mantinha agarrada á groove do disco.
Anunciado esta semana, A Shure fez saber que terminará já dentro de 1-2 meses o fabrico das agulhas. A notícia colheu o mundo com alguma surpresa e consternação visto que todos os indicadores recentes apontam para uma estabilidade, e até mesmo crescimento, do uso do vinil.
No ínicio dos 90 surgiram as Concorde da Ortofon com o seu design icónico, que passou a dividir praticamente ao meio o mercado, ainda que na última década a Shure tenha claramente perdido muita quota de mercado, mantendo-se mais competitiva apenas no mercado dos DJs de Scratch/ Hip Hip/ Turntabelism. Mas as Ortofon Concorde eram mais simples de usar, montar e desmotar por não necessitar de fazer qualquer afinação ou montar em shell, pelo contrário, dispensam mesmo a sua utilização.
A marca justifica o fim da linha de produção com a dificuldade de conseguir todas as peças necessárias para continuar a fabricar as cabeças e Agulhas.

Seguramente não é a isso mesmo alheio o facto da marca dominante do mercado, e rival, Ortofon ter precisamente renovado a sua linha Concorde para a Concorde MK2, sendo que celebra também os 100 anos da existência da marca. As novas MK2 baseiam-se em novos métodos e máquinas de fabrico mas sempre com a precisão e absoluta atenção ao detalhe tipicamente Dinamarquês.

A única solução é mesmo a adoção de uma Ortofon Scratch (DJ, Club, Mix ou Digital conforme a situação), claro que existirá um ligeiro periódo de adaptação mas dada a mais recente técnologia usada nas MK2 será sempre um salto para melhor.

Sigam este link (basta pressionar) para ver a nova gama Ortofon e suas características!

Não obstante é sempre muito triste quando vemos desaparecer um produto bom e uma marca tão transversal, até porque é o constante jogo de gato e rato da concorrência que permite avanços e em último reduto vantagens para todos.

 

Aqui fica uma imagem com a gama e características das Ortofon COncorde MK2: